Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

SOCORRO AOS BOMBEIROS



ZERO HORA 28 de fevereiro de 2014 | N° 17718


EDITORIAIS


O incêndio da última terça-feira na zona norte da Capital escancarou mais uma vez as deficiências do Corpo de Bombeiros do Estado, notadamente a falta de efetivo suficiente para o trabalho e a absoluta precariedade dos equipamentos indispensáveis para o combate ao fogo. Faltam viaturas, faltam caminhões-pipas, faltam escadas especiais, falta um sistema de comunicação e, segundo relatos dos próprios soldados, às vezes falta até mesmo água.

Seria cômico se não fosse trágico. O relatório do subcomandante da corporação em Porto Alegre a respeito da ação desta semana mostra bem o desespero de profissionais treinados para a função, mas que não conseguem atuar com eficiência devido aos entraves materiais. Mais exasperante só mesmo a burocracia, que dificulta o encaminhamento de soluções para esses problemas mesmo quando os governantes se sensibilizam com a situação dos bombeiros.

Depoimentos de soldados publicados ontem por este jornal são mesmo de comover. Eles passam frequentemente por constrangimentos e riscos, por falta de roupas de proteção e de outros equipamentos de segurança pessoal. Pior: confessam-se impotentes diante de situações que poderiam ser resolvidas com escadas apropriadas, como, por exemplo, o atendimento a prédios altos.

E, quando os bombeiros não conseguem fazer o seu trabalho, a população corre perigo.

Diante de tão calamitosa situação, é impositivo que os depoimentos dos soldados do fogo sejam recebidos pelos administradores mais como um pedido de ajuda do que como manifestação de rebeldia. Eles não estão ferindo a disciplina da corporação militar a que pertencem. Estão defendendo a vida da população e dos contribuintes que sustentam o serviço e a própria administração.


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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

S.O.S. BOMBEIROS


ZERO HORA 27 de fevereiro de 2014 | N° 17717

KAMILA ALMEIDA


FRAGILIDADE




Falta de estrutura e de equipamentos para combater as chamas como no incêndio que destruiu loja na noite de terça-feira, em Porto Alegre, leva membros da corporação a pedir socorro

As precariedades – e os nervos – do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul ficaram expostas mais uma vez. O incêndio em uma empresa na zona norte de Porto Alegre – que durou cerca de seis horas até o rescaldo em uma luta contra o tempo para evitar que as chamas atingissem quatro bombas de combustíveis dentro de uma empresa de ônibus – foi mais um exemplo da fragilidade estrutural da corporação para combater o fogo.

O desabafo do major Rodrigo Dutra (leia na página ao lado), subcomandante da corporação em Porto Alegre e responsável pela área operacional na região, revela um quadro preocupante. Colegas de farda também relataram percalços do cotidiano que envergonham os bombeiros. A existência de apenas uma autoescada, a inexistência de caminhões-pipa, falha nos radiocomunicadores e só uma viatura para cada um dos oito batalhões, quando o necessário seria o dobro, mostra que a realidade pouco mudou desde o incêndio do Mercado Público, em julho passado. O déficit é de quase 600 homens, no mínimo. Hoje a Capital tem 230 bombeiros.

Nesta semana foi definida a abertura de licitação para a compra de equipamentos para 2014 por meio do Fundo de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom), com verba de R$ 2 milhões. Entre os materiais, está prevista a aquisição de uma ferramenta fundamental: o oxi-explosímetro, que permite entrar em ambiente confinado com vazamento de gás. Ontem, os bombeiros de Porto Alegre encaminharam ao comando da Brigada Militar uma lista com as necessidades no total de R$ 16 milhões, incluindo três viaturas com autoescada mecânica ou plataforma.

Comandante dos bombeiros da Capital, o tenente-coronel Adriano Krukoski afirma que, desde 1998, a corporação não recebe viaturas do Estado. Segundo o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Evilton Pereira Diaz, o último investimento do governo do Estado em viaturas para Porto Alegre ocorreu em agosto de 2013, quando foram comprados três caminhões de combate a incêndio.

Ele afirma que a previsão, entre custeio e investimento, é de R$ 13 milhões para 2014. Já foram licitados seis caminhões de bombeiros para esse ano. Nenhum para Porto Alegre. O coronel afirma que o Centro de Comunicações da Brigada está averiguando falhas nos radiocomunicadores.

O comandante sustenta que a corporação tem feito esforços para ampliar o contingente, incluindo a contratação de 600 homens ao efetivo em 2013. Este ano, já foi publicado o edital para a inclusão de mais 400 bombeiros. Atualmente, a defasagem de pessoal é de 40%. Há 2,6 mil bombeiros no Estado, mas deveria haver cerca de 4,3 mil.

A Secretaria da Segurança Pública foi procurada para falar sobre investimentos, mas disse que não cabe a ela falar sobre isto. ZH também tentou contato com a Brigada Militar, que designou o coronel Evilton para falar sobre o assunto.


O desabafo de quem está na linha de frente


Ao relatar em ordem cronológica as providências e dificuldades para combater o incêndio na noite de terça-feira, o subcomandante do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, major Rodrigo Dutra, expõe a precariedade de estrutura, como carência de caminhão-pipa e caminhões de combate a incêndio e sistema de radiocomunicação ineficiente.

19:30

“Em meio à reunião com a diretoria do Inter (de liberação do estádio para o jogo de ontem), ouço no rádio o código 66, referente a apoio (pedido de socorro). Diziam que era perto do DC Navegantes e que era de grandes proporções. Como comandei a operação do Mercado Público aqui em Porto Alegre, pensei na hora: ‘Isso não vai dar certo’. Abandonei a reunião.”

19:32

“Entrei na viatura. Ligamos a sirene e saímos a toda. Pelo rádio tentava me informar do que estava acontecendo, e nada. Vamos para o celular. Há na mesa do 193, o atendente do Ciosp, dois telefones, um que recebe chamadas administrativas e outro, a ligação de emergência, com uma pessoa atendendo cada um. Não consegui falar com os caras. O sistema de rádio ora funciona, ora não funciona.”

19:50

“Chegando lá, começa o calvário da ocorrência. O controle do incêndio principal estava focado na proteção do shopping. Nenhuma equipe conseguia romper os portões de ferro que davam acesso à zona entre a empresa (Ouro e Prata) e o shopping. Precisaríamos entrar lá. O objetivo era conter a propagação. Vi um sargento tentando pular o portão e caindo no chão por causa de um choque elétrico. Não tinha desencarcerador (espécie de macaco hidráulico capaz de abrir portões de ferro). Em um incêndio, tu jogas contra o tempo.

19:55

“Pedi que um caminhão de bombeiros tentasse entrar de ré e botar o portão abaixo. Passa por cima, azar. O fogo estava a 50 metros deste portão. Alguém apareceu com um controle remoto e abriu o portão. E aí começam as dificuldades de ser em uma cidade como Porto Alegre com só oito quartéis e meia dúzia de caminhões velhos.”

20:00

“Estava enlouquecido com o meu rádio tentando comunicar a CEEE para que a energia elétrica fosse desligada no local. Entrei na viatura para pegar o rádio, mas ela não tinha rádio. E os bombeiros combatendo as chamas com o prédio energizado. Avistei uma viatura da Brigada Militar. Peguei o rádio deles e acionei a rede. O oficial que atendeu disse que eu estava acessando a rede do 11º BPM. Eu disse: ‘Eu sei. Só estou querendo tua ajuda para dizer ao coordenador do Ciosp que a rede do Corpo de Bombeiros está inoperante. Aciona a mesa dos bombeiros, que é do teu lado aí, e pede para eles avisarem a CEEE com brevidade para cortar a energia’. Amadorístico total, né? Cidade da Copa.”

20:20

“Não sei de onde vieram, mas dei graças a Deus. Depois fiquei sabendo que eram bombeiros voluntários de Eldorado do Sul e Camaquã, que vieram por conta própria. Não permitimos que entrassem por questões de segurança, mas a água foi a salvação. Depois acionamos empresas privadas que trouxeram caminhões-pipa.”

21:20

“A escada mecânica estava posicionada perto dos quatro tanques de combustíveis, jogando água o tempo todo para evitar que fossem atingidos. Neste meio tempo, voltou a pegar fogo na área da loja. O certo seria ter outra escada mecânica que pudesse ser posicionada ali para combater as chamas, mas não tínhamos.”

21:30

“Novo reposicionamento tático da escada. Se houvesse escadas suficientes, viaturas em condições e caminhões-pipa, nem a metade daquela área teria sido queimada. Imagina o desespero de saber o que tem de ser feito e não ter como fazer.”










quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

FOGO E TENSÃO


ZERO HORA 26 de fevereiro de 2014 | N° 17716


Incêndio destrói loja na Capital

Chamas atingiram prédio de 2,5 mil metros quadrados, demoliram telhado de estabelecimento vizinho e shopping foi evacuado



Um incêndio destruiu uma loja de 2,5 mil metros quadrados, comprometeu parte da estrutura de outra e fez com que um shopping fosse evacuado ontem à noite, na zona norte da Capital. As chamas teriam se iniciado por volta das 19h30min. O prédio da loja Decorville foi consumido pelo fogo. Cerca de 40 homens em nove viaturas do Corpo de Bombeiros trabalharam para combater o fogo no estabelecimento da Rua Frederico Mentz, que chegou a ser controlado perto das 21h30min.

Logo depois novos focos foram identificados nos fundos do prédio, destruíram o telhado da empresa vizinha Feltros Renner, e ameaçavam alcançar um depósito de combustível da empresa Viação Ouro e Prata.

Quando o fogo recomeçou, de acordo com os bombeiros, havia 40 ônibus no pátio. Mas a maior preocupação passou a ser os cerca de 320 mil litros de combustível armazenados no local, em quatro tanques de 60 mil litros cada, que poderiam ser atingidos e provocar uma explosão. Em meio a isso, funcionários retiraram documentos, computadores e outros equipamentos da sede da empresa de ônibus para evitar que fossem destruídos.

– Na hora que começou, estava tomando lanche e ouvi os estouros. Achei que era a torcida do Grêmio na Arena. Era na empresa. Ajudamos, tiramos tudo (da sede). Éramos mais de 20 funcionários. Muita tensão por causa dos tanques – contou Albino Sodré Barbosa, motorista da empresa.

Donos de loja incendiada estavam inconsoláveis

Enquanto isso, por medida de segurança, o DC Shopping foi evacuado. Perto dali, os donos da Decorville pareciam não acreditar no que estavam vendo. Acompanhando cada passo do trabalho dos bombeiros, eles evitavam dar entrevista, mas repetiam que não tinham qualquer ideia sobre a origem do incêndio. Quando o fogo se iniciou, a loja estava fechada.

– Foi uma correria, todo o nosso pessoal saiu logo tentando ajudar, foram ligando as mangueiras nos hidrantes. Começamos a molhar os muros para ver se amenizava o calor – lembrou a superintendente do DC Shopping, Marise Mariano.

No início da madrugada, o incêndio era considerado controlado pelos bombeiros, com ajuda da chuva.




Falta de estrutura se repete



Assim como no incêndio do Mercado Público, em julho do ano passado, a carência na infraestrutura dificultou a atuação do Corpo de Bombeiros da Capital. Apesar de as viaturas chegarem ao local poucos minutos após o chamado, foi preciso esperar uma hora até que uma segunda escada Magirus, por exemplo, fosse levada até o local.

Enquanto isso, os bombeiros utilizaram a única escada mecânica disponível na cidade. Na época do incêndio no Mercado Público, Porto Alegre já contava com apenas uma escada em funcionamento, quando o ideal seria ter pelo menos três, de acordo com a corporação.

Os percalços enfrentados indignaram moradores da região e funcionários das empresas que acompanharam o combate às chamas. Presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, o tenente coronel José Carlos Riccardi Guimarães criticou a fragilidade dos bombeiros:

– Só temos uma escada magirus, e isso não é novidade. Desde o incêndio no Mercado Público, já alertava isso. Bombeiros pedem socorro.

O próprio subcomandante da corporação em Porto Alegre, major Rodrigo Dutra, admitiu que toda a Região Metropolitana só dispõe de uma escada mecânica:

– Felizmente, o incidente se deu em uma zona desabitada e industrial. Senão, a tragédia poderia ser maior.

A carência não se resume só a escadas. Outra situação considerada complicada envolve a falta de viaturas. Segundo a Associação dos Bombeiros do Rio Grande do Sul (Abergs), enquanto o ideal seria ter pelo menos dois caminhões por estação, hoje apenas uma viatura guarnece cada posto. Comandante dos bombeiros da Capital, o tenente-coronel Adriano Krukoski conta que desde 1998 a corporação não recebe viaturas compradas pelo Estado.

Coordenador da Abergs, Ubirajara Ramos também se queixa da ausência de efetivo ideal. Hoje, há 2,6 mil bombeiros no Estado, enquanto, segundo a entidade, o ideal seria ter 10 mil.

Na Estação Passo D’areia, responsável pela área do DC Shopping, onde ocorreu o incêndio de ontem, seriam necessária mais duas estações. As bases Sarandi e Anchieta estão previstas em projeto para desafogar a região, mas nunca saíram do papel, argumenta Ramos:

– Há mais de cinco anos há essa promessa. A cidade cresceu para os lados da Zona norte, a população aumentou e, mesmo assim, o projeto não saiu do papel. Se der duas ocorrências ao mesmo tempo, não tem como atender.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

KISS: A VISÃO DE UM BOMBEIRO MILITAR

ZERO HORA 18 de fevereiro de 2014 | N° 17708

ARTIGOS

por Gerson da Rosa Pereira*




“Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.” Sir Winston Churchill



Manifesto meu pesar aos familiares que perderam sua maior preciosidade e vêm vivendo uma dor que jamais conseguiremos sentir por maior que seja nossa empatia.

Após a tragédia, nos vimos envoltos numa teia de assertivas falsas, apressadas e, aparentemente, orquestradas. A combinação leviana de investigação policial com jornalismo investigativo parcial formatou a opinião pública numa equação simplista: incêndio x bombeiros; bombeiros x responsabilidade pela tragédia, sem considerar outros coadjuvantes nesta divina comédia dantesca.

Passado um ano, descortina-se a “quase verdade”, pois muito ainda precisa ser desvendado. Primeiro: nenhum bombeiro praticou qualquer modalidade de homicídio culposo ou doloso, mesmo porque seria inédito na história mundial homens com uma trajetória de bem fazer pela humanidade destoarem de seu juramento. Segundo: faltou uma análise acurada das técnicas mundiais de prevenção, combate a incêndios e salvamento para as autoridades públicas entenderem os fenômenos físico-químicos do backdraft, flashover e técnicas de ventilação natural ou forçada vertical com uso de neblina para diminuição de calor e fumaça tóxica em ambientes fechados.

Faltou capacidade técnica para análise das normas brasileiras e estaduais sobre prevenção a incêndios. Faltou uma investigação desprovida de pressa e emoção. Faltou profissionalismo. Nossas falhas enumero: falta de uma legislação forte que nos assegurasse poderes de interdição; falta de normas técnicas brasileiras claras; falta de engenheiros com qualificação na área de segurança contra incêndios; engenheiros oriundos das universidades sem disciplinas de prevenção e resistência de materiais; falta de uma legislação federal uniforme aos moldes de um código nacional de trânsito; descaso do empresariado e representantes do poder público em atender exigências de segurança em edificações; descaso governamental em fazer investimentos no Corpo de Bombeiros, tanto em recursos humanos quanto em materiais; nossa passividade e ignorância em frequentar lugares inseguros sem reclamar nosso direito de segurança como afirma a Constituição Federal; nossa grande capacidade “do jeitinho” substituindo materiais ignífugos pelos mais “baratos”; a indústria química que desenvolve produtos mortíferos e os comercializa sem qualquer restrição; a “velha mania” de driblar as fiscalizações públicas com laudos enganosos; poderes públicos que não se conversam e geram TAC, multas e notificações e se esquecem ou desconsideram que têm responsabilidade determinada, enfim, a culpa é dos bombeiros. Simples assim? Claro. Afinal, alguém tem que ser responsável e preferencialmente alguém que não tenha defesa institucional e governamental.

*MAJOR QOEM E ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

NUEVE BOMBEROS MUERTOS

CLARIN.COM, 06/02/14

POR PABLO NOVILLO

TRAGEDIA EN BARRACAS. Nueve bomberos muertos: los aplastó un muro en un incendio

Trataban de dominar el fuego en un depósito de documentación de empresas, en Azara al 1200. La pared cayó cuando intentaban entrar a rescatar a posibles atrapados. Hubo, además, siete heridos.


En la calle. Los compañeros fueron colocando los cadáveres frente al lugar donde se derrumbó la pared. Y el rescate fue tremendo, en medio del dolor por encontrar a los amigos./TELAM


Un policía cortaba el tránsito pero no podía cortar su llanto. Dos bomberos se abrazaban en una esquina. Los paramédicos del SAME miraban al vacío, en shock. Como no se había visto en años, los rescatistas habían tenido que ser rescatados.

Seis bomberos de la Policía Federal, un voluntario del cuartel Vuelta de Rocha y dos agentes de Defensa Civil del Gobierno porteño murieron ayer, cuando se les cayó encima una pared de un depósito que se estaba incendiando, en Barracas. El país está de duelo.

La tragedia sucedió en una de las sedes de Iron Mountain, una empresa dedicada a archivar documentación de importantes empresas. El galpón comenzó a incendiarse poco después de las 8, y anoche, más de 12 horas después, el fuego se había reavivado y los bomberos seguían trabajando. El SAME recibió la primera llamada a las 8.17, y diez minutos después llegaron al lugar, que queda en Benito Quinquela Martín, entre Jovellanos y Azara. El depósito ocupa casi la mitad de una manzana del doble de lo normal, que llega hasta Coronel Salvadores. Barrio de Barracas, una zona de casas bajas y varios galpones.

Los bomberos temían que dentro del predio hubiera gente atrapada, y por eso intentaron forzar un portón sobre Jovellanos. Pero la pared, de más de siete metros de alto, se les derrumbó encima. Según los especialistas, esto se habría producido porque la estructura de metal se dilató por la intensidad de las llamas, lo que empujó la pared de medio metro de ancho hacia afuera (ver Las vigas...).

“¡Necesito SAME, necesito SAME!”, gritaba un efectivo de la Federal. Los bomberos, que habitualmente salvan gente, esta vez eran las víctimas. “Tenían politraumatismos gravísimos, se hicieron maniobras de reanimación pero la mayoría murió en el acto ”, explicó más tarde el director del SAME, Alberto Crescenti.

De los muertos, seis pertenecían al Cuartel 1° de la Federal, incluido uno de los jefes, el comisario inspector Leonardo Day. El resto fueron identificados como la suboficial Anahí Garnica –la primera mujer-bombero de la fuerza–), los cabo primero del Eduardo Adrián Conessa y Damián Veliz y los agentes Maximiliano Martínez y Juan Matías Monticelli. También fallecieron Pedro Baricola y José Luis Méndez, de Defensa Civil, y Sebastián Campos, bombero voluntario.

La mayoría de ellos murió en el lugar, pero tres fallecieron en el hospital Argerich. Anoche se hizo una misa en la parroquia San Benito de Palermo, y desde la medianoche eran velados en el Departamento Central de la Federal. Tanto la Nación como la Ciudad decretaron dos días de luto.

En el Argerich también internaron a otros cuatro bomberos, tres terminaron en el Churruca, uno en el Penna y otro en el Ramos Mejía. En el Ministerio de Salud porteño confirmaron que ninguno estaba en peligro. En total, participaron del operativo más de 100 efectivos, 40 ambulancias y un helicóptero de SAME.

Hasta pasado el mediodía, se temía que empleados de la empresa estuvieron atrapados bajo los escombros, pero el secretario nacional de Seguridad Sergio Berni confirmó que “en la planta había cuatro operarios que pudieron salir a tiempo”. Minutos después del primer derrumbe, la pared de la ochava de Quinquela Martín y Jovellanos también se cayó, aunque no produjo víctimas.

La fiscal a cargo de la investigación, Marcela Sánchez, informó que las pericias se iniciarán una vez que se extinga el fuego. Según la agencia Télam, empleados habrían asegurado que el sistema antiincendio nunca se activó.

La empresa Iron Mountain emitió un comunicado en el que aseguró: “Es un evento trágico y estamos profundamente acongojados por la muerte de los valientes socorristas. Estamos colaborando en la investigación en estrecha colaboración con las autoridades”. El texto fue publicado en inglés por la casa matriz, y traducido al castellano en la web de la filial local. En esa misma página aparece un video en el que la firma asegura que sus bodegas “cuentan con los últimos adelantos en seguridad”. Sin embargo, este fue el séptimo incendio que sufren en sus diferentes sedes mundiales.

INCÊNDIO MATA NOVE BOMBEIROS NA ARGENTINA

ZERO HORA 06 de fevereiro de 2014 | N° 17696

TRISTEZA EM BUENOS AIRES

Incêndio em depósito mata nove bombeiros. 
Parede de construção no sul da cidade cedeu enquanto o fogo era controlado


Pelo menos nove membros da equipes de emergências de Buenos Aires morreram e outros sete ficaram gravemente feridos enquanto tentavam apagar um incêndio em um depósito situado em um bairro no sul da cidade. A presidente argentina, Cristina Kirchner, decretou dois dias de luto em razão do incidente.

As mortes ocorreram com o desabamento de parte da alvenaria do edifício, situado no bairro de Barracas, enquanto as equipes de emergência iniciavam as tarefas para apagar o incêndio.

A parede caiu quando um grupo de bombeiros tentava abrir com uma serra elétrica um buraco em um portão de ferro para poder entrar no depósito. Outras três paredes também desabaram sucessivamente durante as operações de resgate, mas sem causar novas vítimas.

– Hoje há uma grande comoção em Barracas porque perder cinco ou seis bombeiros, ou a quantidade que seja, comove muito – contou o morador Juan Carlos Giles, com lágrimas nos olhos, que viu quando a parede do edifício caiu sobre “umas 15 pessoas que estavam trabalhando”.

Giles tinha visto a rachadura pela qual “a fumaça estava saindo” e, prevendo o que ia acontecer, pediu aos vizinhos que se retirassem, porque aquela parte iria cair.



Los seis bomberos de la Policía Federal que murieron este miércoles en el incendio y derrumbe de una planta de almacenamiento de documentación en Barracas son velados desde la medianoche en el Salón Dorado de ese cuerpo, ubicado en avenida Belgrano y Virrey Cevallos, de Capital Federal. (TELAM, DyN)

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Los Bomberos Voluntarios de Vuelta de Rocha, La Boca, en formación en el momento en que todas las sirenas de los cuarteles del país sonaron al unísono en homenaje a los compañeros víctimas del derrumbe durante el incendio de la empresa Iron Mountain en Barracas. (Alfredo Martinez) 

Los Bomberos Voluntarios de Vuelta de Rocha, La Boca, en formación en el momento en que todas las sirenas de los cuarteles del país sonaron al unísono en homenaje a los compañeros víctimas del derrumbe durante el incendio de la empresa Iron Mountain en Barracas. (Alfredo Martinez)

Familiares, amigos y compañeros, despidieron los restos del rescatista José Méndez, fallecido ayer durante el derrumbe producido en el incendio del depósito en Barracas. El velatorio se llevó a cabo en el Cuartel de Bomberos Voluntarios de Domínico-Wilde. (TELAM) 



EL CLARIN, 

Incendio en Barracas 6 col

Emotivo adiós a los bomberos que murieron en la tragedia

Decenas de personas acompañaron el cortejo con los restos de los efectivos desde el Cuartal Central hasta el cementerio de Chacarita. Los vecinos aplaudieron y tiraron flores a los coches fúnebres.